Os alunos, convidados a pesquisar sobre as lendas do nosso folclore, utilizaram as seguintes fontes:
- Internet
- Coleção Brincando de Folclore, de Maurício de Souza
- Livros de Luciana Garcia com lendas do nosso folclore
As ilustrações foram desenhadas pelos alunos.
O CADERNO COMEÇOU A PULSAR...
Pollyana - 5a. E
BOITATÁ
A lenda do
Boitatá foi criada pelo padre José de Anchieta que o descreveu como uma
gigantesca cobra de fogo ondulada com os olhos que parecem dois faróis Seu corpo é transparente e cintila nas noites
em que aparece deslizando nas campinas e na beira dos rios.
Diz a lenda
que o Boitatá pode se transformar em uma tora em brasa para, assim, queimar e
punir quem coloca fogo nas matas.
Contam,
também, que quem se depara com o Boitatá, geralmente, fica cego, pode morrer ou
ficar louco. Assim, quando alguém se encontrar com o Boitatá, deve ficar parado
sem respirar e de olhos bem fechados.
COBRA HONORATO E
MARIA CANINANA
Cobra Norato,
ou Honorato, é uma das mais conhecidas lendas do folclore Amazônico. Conta a lenda que, em uma tribo
indígena da Amazônia, uma índia deu a luz a duas crianças gêmeas que, na
verdade, eram cobras. O menino recebeu o nome de Honorato ou Norato e a menina,
Maria Caninana.
Depois de
nascidos, ao perceber que eram cobras, a mãe resolveu se aconselhar com o Pajé.
Perguntou-lhe se deveria matá-los ou jogá-los no rio. O Pajé, então, respondeu
que, se os matasse, ela morreria também. Ela, então, decidiu solta-los no leito
do rio Tocantins.
No rio, como
cobras, se criaram. Honorato era bom e vinha sempre visitar a mãe. Mas, sua
irmã, Maria caninana, que era a mais pura expressão da maldade, nunca veio.
Assim mesmo andavam sempre juntos e percorreram todos os rios da Amazônia.
Maria, sendo muito má, um
verdadeiro demônio, fazia muitas travessuras que desgostavam o irmão. Alagava
canoas, mexia com os bichos, assombrava e afogava viajantes e banhistas, fazia
naufragar embarcações, cometia, enfim, toda sorte de maldades.
Eram tantas as
maldades e atentados praticados por ela
que, um dia, Honorato acabou por matá-la para por fim a suas perversidades.
Honorato, como entidade
encantada, quando queria, à noite (só à noite), transformava-se em gente,
deixando à beira do rio a monstruosa casca de cobra em que vivia. Era um moço
alto e bonito e gostava muito de dançar.
Muitas vezes,
ia dormir em casa de sua mãe e, então, pedia encarecidamente a ela que, antes do galo cantar, fosse à
beira do rio onde estava sem ação seu corpo de cobra, derramasse um pouco de
leite em sua boca e lhe desse uma cutucada que o fizesse sangrar. Só assim o
encanto desapareceria e ele se tornaria ser humano para sempre.
A mãe de Honorato
foi, muitas vezes, tentar fazer o que o filho pedira, mas era tão grande, feia
e monstruosa a cobra, que ela não tinha coragem.
O mesmo pedido
fez ele a muitas outras pessoas, garantindo que não lhes faria mal, mas, quando
iam elas cumprir o pedido e viam tamanho monstro, corriam aterrorizadas.
Uma noite,
Honorato procurou um soldado, conhecido pela sua bravura e lhe fez o costumeiro
pedido. O destemido soldado foi á beira do rio, viu o monstro inerte, mas não
recuou como todos os outros. Colocou leite na boca da cobra e, em sua cabeça,
deu uma cutucada com o punhal que a fez sangrar.
Pronto, a
partir daquele dia, Honorato, finalmente, desencantou e se transformou de vez
em gente, deixou de ser cobra d’água para viver na terra com sua família, como
um homem normal.
BUMBA MEU BOI
Bumba meu Boi
é uma dança folclórica da cultura brasileira, principalmente na região
Nordeste. A dança surgiu no século XVIII, como uma forma de crítica à situação
social dos negros e índios. O bumba meu boi combina elementos de comédia,
drama, sátira e tragédia, tentando demonstrar a fragilidade do homem e a força
bruta de um boi.
A lenda é a
seguinte: Um rico fazendeiro possuía um boi muito bonito que, inclusive, sabia
dançar. Pai Chico, um trabalhador da fazenda, roubou o boi para satisfazer sua
mulher, Catarina, que estava grávida e sentiu uma forte vontade de comer língua
de boi. O fazendeiro mandou seus empregados procurar o boi.
Quando o
encontraram, ele estava doente. Os pajés curaram a doença do boi e descobriram
a real intenção de Pai Chico. O fazendeiro perdoou o trabalhador e celebrou a
saúde do boi com uma grande festividade.
O LOBISOMEM
A lenda do Lobisomem tem,
provavelmente, origem na Europa do século XVI, embora traços dessa lenda apareçam em alguns mitos da Grécia Antiga.
Do continente europeu,
espalhou-se por várias regiões do mundo. Chegou ao Brasil através dos
portugueses que colonizaram nosso país, a partir do século XVI. Este personagem
possui um corpo misturando traços de ser humano e lobo.
De acordo com a lenda, um homem
foi mordido por um lobo em noite de lua cheia.A partir desse momento, passou a
se transformar em lobisomem em todas as noites em que a lua se apresentasse nesta fase. Caso o
Lobisomem morda outras pessoas, a vítima passará pelo mesmo feitiço.
A LENDA BRASILEIRA
No Brasil
(principalmente no sertão), a lenda ganhou várias versões. Em alguns locais,
dizem que o sétimo filho homem de uma sucessão de filhos do mesmo sexo pode se
transformar em
lobisomem. Em outras regiões, dizem que, se uma mãe tiver os
seis filhos mulheres e o sétimo for homem, este se transformará em lobisomem. Existem
também versões que falam que, se um filho não for batizado, poderá se
transformar em lobisomem na fase adulta.
Conta a lenda
que a transformação ocorre em noite de lua cheia em uma encruzilhada. O monstro
passa a atacar animais e pessoas para se alimentar de sangue. Volta à forma
humana somente com o raiar do sol.
A BRUXA
É uma velha horrorosa que pode se
transformar em uma mariposa negra ou em uma coruja. A bruxa é primogênita ou a
caçula de uma família de sete irmãs, se a mais nova não for batizada pela mais
velha; quando isso acontece, o encanto se quebra. A moça vira bruxa na noite de
sexta-feira. No entanto, ao cantar do galo, ela volta ao normal. Dizem que
chupa o sangue das crianças de até sete dias que não foram batizadas.
A bruxa sempre se comporta de
maneira grosseira e vive dando gargalhadas estridentes. Quando está
transformada, ela entra nas casas das pessoas por qualquer vãozinho.
JURUPARI
Há três tipos
de Jurupari. O primeiro é, para os índios, um espírito muito mau. O segundo, a
lenda indígena de um jovem que veio à Terra para arrumar uma esposa para o
Sol. E o terceiro, que nos interessa, é
o monstro responsável pelos maus pensamentos, pelo sonambulismo e pela insônia,
não permitindo o descanso de quem deseja dormir.
Esse Jurupari é um mito da
floresta amazônica que, à noite, entra nos sonhos das pessoas, transformando-os
em pesadelos e impedindo-as de gritar durante o perigo. Costuma se enfeitar com
flores, tornando-se, ao mesmo tempo, ridículo e muito assustador. Dá, também,
gargalhadas bastante altas.
MAPINGUARI
Mapinguari
seria uma criatura coberta de um longo pêlo marrom avermelhado vivendo na
floresta amazônica. Segundo povos nativos, ao perceber a presença humana, fica
de pé (possivelmente pronto para o combate ou para a fuga) e alcança facilmente
dois metros de altura. Ainda, segundo outras lendas, seus pés seriam virados ao
contrário (o que demonstra a confusão da sua lenda com a do Curupira, outra
entidade do folclore brasileiro), suas mãos possuiriam longas garras e a
criatura evitaria a água, tendo sob a espessa pelagem uma pele semelhante a de
um jacaré. O Mapinguari também possuiria um cheiro forte e desagradável,
semelhante ao exalado pelo gambá. Esse mau cheiro faria com que sua presa
ficasse aturdida, o que permitiria ao ser apanhá-la com considerável
facilidade. Conta-se, também, que a bocarra do Mapinguari se abriria
amplamente, indo da face até o abdômen, liberando também um forte odor.
Caçadores do
lago do Badajós, no estado do Amazonas, afirmaram ter atirado em uma suposta
fêmea (por possuir seios cobertos de pelo), que teria antes atacado um
deles. Porém, mesmo ferida, ela teria atraído a atenção de outro exemplar
através de urros altos. Seria um macho corpulento, de aproximadamente uns 2,5m
de altura, que estaria vindo em defesa da fêmea, tentando atacar o grupo que
conseguiu fugir numa canoa. Segundo o relato, a criatura não entrou na água
para persegui-los e teria ido embora com a sua fêmea ferida.
Esta história,
supostamente, aconteceu em 1967 em Tefé. Quem contou foi o senhor José Lima,
nativo da floresta, que hoje mora em Manaus. De acordo com este teórico
avistamento, a criatura se assemelha muito ao Sasquatch, o Pé-Grande, que se
acredita viver em algum lugar da América do Norte.
O Curupira é
um personagem do folclore brasileiro, que não existe, pois é uma história
inventada pelo povo.
Dizem que o
Curupira é um anão, com os pés virados para trás, cabelos de fogo e olhos
arregalados, que mora na floresta e faz travessuras.
Esse anão fica
bravo quando homens e caçadores aparecem nas matas para eliminar os animais e
vender suas peles, destruir a vegetação, derrubar árvores, fazer queimadas...
O Curupira não
consegue ficar vendo tamanha destruição sem fazer nada. Com isso, apronta
travessuras, pregando peças nesses homens. Ele solta assovios altos e finos,
como uivos dos lobos; faz barulhos, chacoalhando galhos das plantas e atira
pedras.
Contam as
lendas que a maior travessura do Curupira é fazer com que os destruidores da
natureza se percam na floresta, não conseguindo mais sair. Isso acontece porque
o Curupira tem os pés voltados para trás e os caçadores não conseguem seguir
seu rastro indo para o lado contrário.
Por seus
benefícios à fauna e à flora do Brasil, o anão é considerado o protetor das
florestas.
MATINTAPEREIRA
Matintapereira
é uma ave enfeitiçada e agourenta que tem o poder de se transformar em ser
humano (homem ou mulher). Pode ser, por exemplo, um velho de aparência fraca
que leva um pano amarrado na cabeça e vive gritando, assobiando e pedindo fumo
às pessoas.Ou feiticeiro com uma flauta mágica que toca a música do pássaro e
lhe permite voar.
Aparece,
ainda, como uma velha que, de porta em porta, pede tabaco e comida. Quando não
recebe o que deseja, observa todos os objetos da casa. No dia seguinte, o
morador sempre nota a falta de alguma coisa.
Como pássaro, não fica
aprisionado em gaiola, foge causando grande confusão.
A LUA
Houve um tempo
em que as estrelas e a lua não apareciam no céu e os índios não saíam de suas
ocas depois que a noite caía. Todos tinham medo do escuro, exceto uma linda e graciosa índia. Ela era
diferente do todos da tribo, pois tinha a pele clara. Por isso, ninguém queria
ser amigo dela.
Todas as
noites, a indiazinha saía sozinha para passear, desejando encontrar pessoas que
pudessem se tornar suas amigas de verdade.
Uma noite,
outra índia, muito invejosa, decidiu também sair na escuridão. Ao entrar na
mata, machucou os pés em
gravetos. Cheia de raiva e inveja, foi falar com uma cascavel
que vivia ali perto.
A índia
malvada pediu que a cascavel mordesse os
calcanhares da outra indiazinha e a transformasse em uma mulher feia e velha. A
cobra concordou, mas quando foi dar o bote, quebrou os dentes, pois os pés da
jovem estavam calçados com duas conchas.
A indiazinha
soube por que a cobra tentara mordê-la e foi embora da aldeia. Fez uma escada
de cipó e pediu a uma coruja que a amarrasse no céu. Ela subiu e transformou-se
na Lua. Quando a índia malvada viu o brilho da indiazinha no céu, ficou cega,
correu e caiu no buraco da cascavel.
Então, a Lua
passou a brilhar no céu e tornou as noites iluminadas. Os índios passaram,
desde então, a adorar a Lua.
BICHO-HOMEM
A criatura
chamada Bicho-homem é gigantesca! Tem apenas um olho, um pé redondo e, nas
mãos, dedos longos com unhas bem compridas e solta um grito assustador.
As pessoas têm
medo dele e pensam que é feroz.
Realmente, ele é feroz! Mas somente com quem ameaça destruir a natureza
ou tenta capturá-lo.
ONÇA-BOI
A lenda conta que existiu uma espécie diferente de onça.
Seu nome
era onça-boi, pois suas patas eram iguais às de um boi. Mas ela não comia
capim, não tinha chifres e era muito bonita, mansa e carinhosa.
As
onças-boi viviam em pares e nunca se separavam, pois acreditavam no amor
eterno. Quando uma onça-boi era capturada por caçadores, seu parceiro logo se
entregava, já que sozinho não tinha mais razão para viver.
Mas,
se o caçador não conseguisse abater o animal, tinha de enfrentar a fúria do
casal. Juntas, as duas eram imbatíveis.
UIRAPURU
O Uirapuru é
um pássaro mágico, quem o encontra pode ter um desejo realizado. Ele é o símbolo
da felicidade.
Diz a lenda
que um jovem guerreiro apaixonou-se pela esposa do grande cacique. Por se
tratar de um amor proibido, não poderia se aproximar dela. Sendo assim, pediu
ao deus Tupã que o transformasse em um pássaro.
Tupã
transformou-o em um pássaro vermelho telha, com um lindo canto.
O cacique foi
quem logo observou o canto maravilhoso daquele pássaro. Ficou tão fascinado,
que passou a perseguir o pássaro para aprisioná-lo e ter seu canto só para ele.
Na ânsia de
capturar o pássaro, o cacique se perdeu na floresta.
Todas as
noites, o Uirapuru canta para sua amada. Tem esperança de que, um dia, ela
descubra o seu canto e saiba que ele é o jovem guerreiro.
CURIOSIDADE
O Uirapuru é uma ave muito comum
na Amazônia. Possui um canto longo, de melodia suave. Dizem que ele canta
quinze dias por ano.
Os nativos da floresta relatam
que, quando o Uirapuru canta, toda a floresta fica em silêncio rendendo-lhe
homenagem.
O NEGRINHO DO PASTOREIO
Conta a lenda
que, nos tempos da escravidão, havia um fazendeiro malvado com negros e peões.
Em um dia de inverno, fazia muito frio e o fazendeiro mandou que um menino
negro, de quatorze anos, fosse pastorear cavalos e potros que acabara de
comprar.
No final da
tarde, quando o menino voltou, o fazendeiro disse que faltava um cavalo baio.
Pegou o chicote e deu uma surra tão grande no menino, que ele ficou
sangrando.”Você vai me dar conta do baio ou verá o que vai acontecer” – disse o
fazendeiro.
Aflito, o
menino foi à procura do animal. Em pouco tempo, achou o cavalo pastando. Tentou
laçá-lo, mas a corda se partiu e o cavalo fugiu.
De volta à
estância, o dono ficou mais irritado, bateu novamente no menino e amarrou-o
sobre um formigueiro.
No dia
seguinte, quando foi ver o estado de sua vítima, tomou um susto. O menino
estava lá, mas de pé, com a pele lisa, sem nenhuma marca das chicotadas. Ao
lado dele, a Virgem Nossa Senhora e,
mais adiante, o baio e os outros cavalos. O fazendeiro se jogou no chão,
pedindo perdão, mas o negrinho nada respondeu. Apenas beijou a mão da santa,
montou no baio e partiu, conduzindo a tropilha.
A partir daí,
os andarilhos, tropeiros, mascates e carreteiros da região, todos dão notícias
de ter visto passar uma tropilha, tocada por um negrinho, montado em um cavalo
baio.
Desde então,
quando qualquer cristão perde alguma coisa, qualquer coisa, pela noite, o
negrinho procura e acha. E somente entrega a quem acender uma vela, cuja luz
ele leva para o altar, a de sua madrinha, a virgem Nossa Senhora, que o livrou
do cativeiro, deu-lhe uma tropilha, que ele conduz e pastoreia, sem ninguém
ver.
MULA SEM CABEÇA
A mulher que
casa com padre vira Mula sem Cabeça.
Essa mula, mesmo não tendo cabeça, solta fogo pelas narinas e, da ponta
da cauda e de suas patas, saem faíscas.
Ela costuma
aparecer à meia-noite, de quinta para sexta-feira, até o amanhecer, quando o
galo cantar.
Ela soluça
igual gente e relincha bem alto. Seus coices e dentes são bastante fortes e o
pelo é escuro.
Para que não
seja atacada, a pessoa não pode deixar que o bicho veja suas unhas e os
dentes. Seu encanto pode ser quebrado, quando alguém retirar o freio de ferro
de sua cabeça. Aí, ela volta a ser mulher.
CHUPA-CABRA
É uma suposta
criatura responsável por ataques sistemáticos a animais rurais. Suga o sangue
de cabras, ovelhas, galinhas e cachorros, atacando sempre à noite.
Possui enormes olhos vermelhos,
três dedos com grandes garras, uma fileira de espinhos nas costas e dentes
enormes com pontas agudas.
Ela aparece na
região sudeste do Brasil, no México, Porto Rico e Chile, entretanto acredita-se
em que seja extraterrestre, porque não foram encontrados vestígios de sua
presença.
CABRA CABRIOLA OU BICHO
PAPÃO
A Cabra Cabriola é um ser
assustador, meio monstro e meio cabra, com dentes afiados, que solta fogo e
fumaça pelo nariz, pelos olhos e pela boca.
Ela entra nas casas procurando
crianças malcriadas, mentirosas e desobedientes. Fica escondida no quarto,
dentro dos armários ou debaixo das camas. Sai para assustar as crianças no meio
da noite, cantando: “Sou a Cabra Cabriola e só assusto criança malcriada! Se
você não se comportar direito, te levo pra minha morada!”
Nasceu uma
indiazinha linda tupi e a mãe e o pai espantaram-se:
- Como é
branquinha esta criança!
Chamaram-na de
Mani. Comia pouco e pouco bebia.
Mani parecia
esconder um mistério. Uma bela manhã, Mani não se levantou da rede.
O pajé deu
ervas e bebidas á menina. Mani sorria, muito doente, mas sem dores. E sorrindo,
morreu.
Os pais
enterraram-na dentro da própria oca e regaram sua cova com água, como era
costume dos índios tupis, mas também com muitas lágrimas de saudade.
Um dia, perceberam
que, do túmulo de Mani, rompia uma plantinha verde e viçosa. A plantinha
desconhecida crescia depressa.
Poucas luas
passaram e ela estava alta, com um caule forte que até fazia a terra rachar ao
redor.
- Vamos cavar?
– perguntou a mãe de Mani.
Cavaram um
pouco e, à flor da terra, viram umas raízes grossas e morenas, quase da cor dos curumins, nome
que dão aos indiozinhos. Mas, sob a casquinha marrom, lá estava a polpa,
branquinha, quase da cor de Mani.
- Vamos
chamá-la de Mani-oca – resolveram os índios.
Transformaram
a planta em alimento.
Até hoje, entre os índios do norte e do centro do Brasil,
este é um alimento muito importante. E em todo o Brasil (e não só!), quem não gosta de mandioca!
A LOIRA DO BANHEIRO
Conta a lenda
urbana que, há muito tempo, uma jovem loira não gostava de estudar.Só queria
passear e fazer bagunça. Inventava muitas mentiras para não ir à escola. Seus
pais, preocupados, descobriram suas mentiras e não permitiram que faltasse mais
à escola.
Então, ela
passou a matar aula, ficando escondida no banheiro da escola.
Um dia, ficou
tanto tempo no banheiro, que acabou dormindo. A escola fechou e ela estava
sozinha e apavorada. Saiu correndo, escorregou, bateu com a cabeça no chão e
morreu. A partir daí, passou a assombrar nos banheiros das escolas.
Dizem que,
para chamá-la, é preciso apertar a
descarga três vezes. Sua imagem surge presa no espelho. Tem algodão na
boca e no nariz está sempre vestida de branco.
MÃE DE OURO
Conta-se que, no vilarejo de
Rosário, nas margens do rio Cuiabá,vivia, há muitos anos, um mineiro ambicioso e
cruel, cujos escravos eram obrigados a entregar-lhe, todos os dias, uma
determinada quantidade de ouro.
Um dos escravos, Pai Antônio,
passou toda uma semana sem encontrar uma só grama de ouro. Triste e cabisbaixo,
pensando no castigo que o amo lhe infringiria, viu, diante dele, uma formosa
fada. A fada perguntou ao escravo o motivo de sua tristeza e ele lhe contou. A
mulher lhe disse:
- Compre-me uma fita azul,
vermelha e amarela, um pente e um espelho, pois quero ajudá-lo.
Rapidamente, Antônio cumpriu as
ordens da fada. Quando lhe entregou os objetos pedidos, ela lhe indicou o lugar
no qual havia uma mina de ouro. Em troca do segredo, só lhe impôs uma condição:
não deveria revelar a ninguém a localização da mina de ouro.
Antônio dirigiu-se rapidamente à
mina, apanhou boa quantidade de ouro e levou-o a seu irado amo.
Naturalmente, o homem quis saber onde seu escravo tinha encontrado o ouro. Recusando-se a fazer tal revelação, passou a receber terríveis açoites diários.
Suplicando e pedindo ajuda à fada, isto é, à Mãe de Ouro, Antônio implorou que o deixasse contar o segredo. A fada concordou com a condição de que seu amo fosse à mina com 22 escravos e que escavasse até encontrar a rocha. Os homens assim fizeram e se depararam com uma jazida de ouro em forma de uma árvore. No entanto, apesar de tudo que tinham escavado, não conseguiram chegar ao fundo da mina. A fada, neste momento, pediu a Antônio que se separasse das escavações. Um desabamento acabou por enterrar a mina para sempre, levando consigo os escravos e o cruel mineiro.
Naturalmente, o homem quis saber onde seu escravo tinha encontrado o ouro. Recusando-se a fazer tal revelação, passou a receber terríveis açoites diários.
Suplicando e pedindo ajuda à fada, isto é, à Mãe de Ouro, Antônio implorou que o deixasse contar o segredo. A fada concordou com a condição de que seu amo fosse à mina com 22 escravos e que escavasse até encontrar a rocha. Os homens assim fizeram e se depararam com uma jazida de ouro em forma de uma árvore. No entanto, apesar de tudo que tinham escavado, não conseguiram chegar ao fundo da mina. A fada, neste momento, pediu a Antônio que se separasse das escavações. Um desabamento acabou por enterrar a mina para sempre, levando consigo os escravos e o cruel mineiro.
SACI
O Saci é um
negrinho de uma perna só, que fuma cachimbo e usa uma touca vermelha.
Ele é bastante
aprontão. Adora fazer trancinhas no rabo e na crina dos cavalos, assustar os
viajantes, pulando na garupa de suas montarias e pegar objetos das casas e
muitas outras coisas...
Costuma andar
pelas florestas fechadas e nas encruzilhadas. Existem muitas maneiras se pegar
um saci. Como ele pode se transformar num redemoinho de vento, o jeito mais
garantido é jogar um terço ou uma peneira sobre esse redemoinho, de preferência
numa sexta-feira.
COMADRE FLORZINHA
A Comadre
Florzinha é uma personagem mitológica do Nordeste brasileiro, o espírito de uma
cabocla de longos cabelos, ágil, que vive na mata protegendo a natureza dos
caçadores. Gosta de ser agradada com presentes, principalmente, mingau, fumo e
mel.
Algumas pessoas
a confundem com o Caipora. Tem personalidade zombeteira, algumas vezes malvada,
outras prestimosa.
Conta a lenda
que corta violentamente, com seu cabelo, aqueles que adentram a mata sem levar
uma quantidade de fumo como oferenda e, também, enrola-lhes a língua. Furtiva,
seu assovio se torna mais baixo quanto mais próxima estiver, parecendo estar
distante. Ela também gosta de fazer tranças e nós em crina e rabo de cavalo,
que ninguém consegue desfazer, somente ela, se for agradada com fumo e mel.
Dizem alguns
que a Comadre Florzinha era uma criança que se perdeu na mata. Ela procurou o
caminho de volta para sua casa, mas não achou e acabou morrendo. Seu espírito
passou a vagar pela floresta, em busca do caminho de volta para casa.
A Cuca é uma
feiticeira muito feia, cujo corpo lembra a forma de um dragão.
Sua pele é grossa, parecida com a
do elefante, possui uma longa cauda e patas de inseto.
Também aparece como uma velha
feia, parecida com um jacaré, que adora pegar crianças desobedientes e
bagunceiras.
O TUTU
O Tutu é um
animal sem forma definida, todo preto, que assusta as crianças que não querem
dormir ou que estão chorando.Por ser muito feio, prefere comer meninos bonitos.Mora
no mato,como se fosse uma espécie de ogro, mas tem o hábito de se esconder atrás das portas das casas.Produz um ronco forte
como um trovão quando dorme. Para afastá-lo,
basta gritar: “Xô, Tutu!!”
ALMA-DE-GATO
Durante o dia,
o Alma-de-Gato não possui forma alguma e não sabemos quando está presente.
Notamos, no máximo, sua sombra passando rapidamente, através de um vento que
balança um galho de árvore ou de um barulho qualquer.
À noite, pode
ser visível. É um gato preto com olhos que soltam faíscas vermelhas. Aparece em
quintais de casas onde há crianças desobedientes, mas não é capaz de fazer mal,
apesar de causar muito medo a quem o avista.
Existe, no
Brasil, um pássaro que, dizem, traz mau
agouro chamado Alma-de-Gato ou Tinguaçu.
A Pisadeira é
uma mulher bastante forte, apesar de magérrima, capaz de sufocar sua vítima.
Possui um queixo recurvado para cima, nariz adunco e fino, unhas e dedos
bastante compridos e pernas curtíssimas.
Como o
Jurupari, também é responsável pelos pesadelos. Quando a pessoa come muito e
vai dormir, a Pisadeira desce do telhado e sobe em seu peito, dificultando-lhe
a respiração durante o sono. Quando acorda,
coitada da pessoa!! Está tão cansada e o monstro já foi embora.
IEMANJÁ
A lenda diz
que Iemanjá é filha da deusa Olokun, a rainha do mar. Foi casada com o deus da
Adivinhação, de quem se separou depois que se apaixonou por Olofin, rei de Ifé.
Iemanjá teve dez filhos: os Orixás, que quer dizer “Coroa iluminada”. De tanto
amamentar, seus seios ficaram enormes e ela passou a ser ridicularizada pelo
marido. Cansada de humilhações, ela fugiu de casa.
Com a fuga,
Olofin ficou muito bravo e, para proteger Iemanjá da ira do marido, a deusa
Olofun entregou à filha uma garrafa com uma poção mágica. Quando se viu cercada
pelo exército de Olofin, Iemanjá quebrou a garrafa e, no mesmo instante, surgiu
um rio que a levou para o oceano, onde vive sua mãe. Desde então, Iemanjá
protege pescadores, marinheiros e casais apaixonados.
Iemanjá
significa Mãe dos Filhos-Peixe e seu dia é 2 de fevereiro, apesar de ser
homenageada na véspera do Ano-Novo.
ERVA-MATE
Há muitos
anos, existia uma tribo Guarani comandada por um índio bem velhinho, que havia
sido o mais corajoso guerreiro de todos os tempos.
Todos os os
dias, ele relembrava as caçadas e batalhas de que havia participado. Mas sua
idade o impedia de reviver todas as aventuras e ele ficava triste. Sua única
alegria era sua filha, a bela Yari.
A terra ficou
pobre, não dava mais frutos e a tribo partiu. O velho índio, sem forças, ficou.
Yari, sua filha, por amá-lo muito, não se casou e permaneceu com o pai. Ele sabia do amor de sua filha pelo guerreiro
e não desejava vê-la sofrer.
Uma noite,
apareceu, por ali, um homem branco com roupas coloridas e olhos da cor do céu,
que alegrou a noite com canções. O velho índio lhe deu abrigo e pediu à filha
que fosse à floresta buscar frutos doces e mel.
No dia
seguinte, o homem branco revelou ser mensageiro de Tupã,o deus do Bem, e que
atenderia qualquer pedido.
O velho índio
pediu-lhe uma companhia para o resto da vida. O visitante deu-lhe uma planta, a
erva-mate, disse-lhe para cultivá-la e beber suas folhas. Elas possuíam a força
de Tupã que o acompanharia sempre. Quanto a Yari, foi transformada na protetora
das florestas e deusa dos ervateiros, as pessoas que cultivam a erva-mate.
O GUARANÁ
Certa vez, uma
tribo indígena recebeu uma alegre notícia: um lindo menino tinha nascido. Ele era filho do Pajé e protegido de Tupã.
Já crescido, um dia, o menino
brincava na floresta. Viu frutos numa árvore e subiu nela para pegá-los.
O gênio do Mal
estava por perto e se transformou numa enorme serpente. O menino, ao vê-la,
assustou-se e caiu da árvore. Os índios enterraram o menino numa cova bem
funda.
Depois de
algum tempo, começou a nascer uma planta diferente no lugar onde o indiozinho
estava enterrado.
A planta
cresceu e deu frutos. Do fruto dessa planta, os índios preparam uma bebida
muito gostosa: o guaraná.
GORJALA
O Gorjala vive
nos penhascos e precipícios. É um gigante preto e possui um tamanho descomunal.
É forte, feio, feroz e costuma carregar suas vítimas embaixo dos braços para
jantá-las depois e, por esse motivo, também é considerado um tipo de
bicho-papão.
Entre os
monstros que vivem na terra, é um dos mais antigos na mitologia
brasileira.
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